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segunda-feira, 9 de maio de 2016

CONSULTÓRIO: Tempos de qualidade com as criança - Parte II

(texto escrito por Isabel Leal, escritora e professora de meditação para crianças)


Parte II

O importante é que a maioria (do tempo passado em família) seja realmente marcado pela positiva.  Praticar meditação a sós e em família, mesmo que por 5 minutos, é importante. A disciplina diária e constante, sem falhas, levará a que a calma se instale e haja uniformidade familiar.

Estar exausto com as atividades laborais, familiares ou escolares é o mais usual. Há que contrariar estes momentos com ferramentas concretas. Ter esta opção na agenda fará dia após dia mudar o ritmo e as dificuldades, já que em estado de paz tomamos melhores decisões e opções.

Ensinar tudo isto aos mais pequenos é um milagre. Nestes momentos temos tempo de qualidade.

Outra sugestão vai para a hora que antecede a hora de deitar. Muitas crianças quando sentem que a hora de deitar está a chegar, entram num período absurdo de hiperatividade e os pais não sabem o que fazer.

Planear uma atividade mexida com as crianças de modo premeditado pode fazer pensar que vai atrair mais e mais desassossego, mas tal não é verdade na grande maioria dos casos. Cansar as crianças de maneira agradável pode rentabilizar o período antes de dormir. Será mais um momento de qualidade pois é constituído por jogos, caminhada ou leituras. Estas atividades distingem-se das outras porque a criança e o adulto devem estar já vestidos para dormir e com a higiene feita.  

Dar a entender às crianças com exatidão que momento vai ocorrer e seguir o exemplo com eles ajuda a que haja sentimento de ordem e respeito.

Um bom momento de qualidade é fazer do tempo de jantar algo de diferente e especial. Prepare jantares temáticos, vistam-se a rigor e envolva as crianças. Se não tiver tempo durante a semana, faça pelo menos uma vez por semana e ao fim de semana. Peça aos mais pequenos que disponham a mesa e, se forem muito pequenos, compre pratos e copos de plástico que facilitam a tarefa e têm cores engraçadas.

Quando as crianças estragam ou partem alguma coisa, não se zangue. Faz parte! Chame-os para lhes ensinar a construir e reparar, pois são momentos de aprendizagem muito importantes e didáticos.

Deixe-os participar mesmo que algumas vezes as coisas não fiquem perfeitas. Faça dos momentos de organização do quarto um jogo e partilhe sempre com os seus filhos os seus sentimentos e mais importante, os deles. Todas estas orientações podem tomar também lugar na sala de aula, na escola.

Em caso de alunos muito irrequietos, prepare aulas em conjunto com ele (s) e ajude-os a dar aula aos colegas ou a ajudar na sua exposição do dia. Envolva as crianças em atividades seguras mas diferentes todos os dias, como jardinagem, manutenção de uma horta, dispor a mesa para almoço ou arrumar uma biblioteca de A a Z... Crianças que têm tarefas sabem o que fazer e ocupam o seu tempo com mais critério e qualidade. Professores e alunos podem assim passar tempos de qualidade além das aulas e visitas de estudo.

Tempos de qualidade oferecem:

  • União entre adultos e crianças
  • Preparação eficaz e crescimento
  • Desenvolvimento cognitivo
  • Autoestima
  • Autonomia
  • Autoafirmação
  • Organização
  • Anti-stress
  • Atitudes construtivas e proactivas
  • Serenidade e maturidade
  • Disponibilidade e abertura para receber estímulos externos
  • Aumento do índice de aprendizagem
  • Auto descoberta
  • Utilização e desenvolvimento das capacidades inatas
  • Afetos
  • Boa formação do sistema de segurança da criança


Isabel Leal
www.criancasdeumnovomundo.com


Podem ler a Parte I, aqui

sexta-feira, 29 de abril de 2016

CONSULTÓRIO: Tempos de qualidade com as criança

(texto escrito por Isabel Leal, escritora e professora de meditação para crianças)


Parte I


Eu cresci numa família de professores. Quando chegava o tempo das férias grandes, eu de família e todos os alunos do ano letivo que terminava eramos convidados para passar 15 dias de sonho, na praia, em convívio semelhante a um acampamento de escoteiros, a fazer férias da escola e dos pais e num ambiente de lazer com os meus colegas. Estes momentos foram proporcionados pelos meus tios e avós. A música, o teatro, as refeições conjuntas, a praia e as atividades na praia, a socialização e a disposição amorosa dos meus familiares, deixaram marcas profundas em mim e o entendimento que o tempo de qualidade é possível, existe e é necessário. 

A proposta deste artigo é explicar aos pais e professores que o tempo de qualidade com as crianças é muito importante. 

Os professores são uma extensão da família e por isso o tempo de qualidade é igualmente importante e marcante, já que os mais pequenos do século XXI passam mais tempo na escola do que em casa. Em verdade, os dias passados na companhia da traquinagem dos mais pequeninos, parece nunca ter fim. O tempo passa a correr e rapidamente as crianças já não cabem no colo e dispensam os nossos afetos pois preferem a companhia dos amigos e dos companheiros amorosos. 

Os valores, os gestos, as escolhas, os movimentos faciais, os exemplos falados ou no silêncio, as relações amorosas entre outras manifestações adultas são as linhas de orientação que ajudam as crianças a ganhar identidade e a formar a personalidade. É importante que em casal ou em monoparentalidade a criança tenha o seu espaço, o seu lugar bem definido dentro da família e o tempo de qualidade a que tem direito para crescer forte, saudável e feliz. 

Todos os pediatras são unanimes em aconselhar, tempos de qualidade entre pais e filhos sabendo que tal exercício forma indivíduos com mais fortaleza e autoestima, poupa dissabores futuros evitando crianças desequilibradas e problemáticas e forma adultos e casais de sucesso para o nosso futuro. 

Quando falamos de tempos de qualidade dedicados às crianças devemos distinguir este conceito em duas alíneas. Tempos de qualidade extra curricular ou atividades infantis em ateliers ou workshops, escuteiros, atividades de desporto normalmente passadas em conjunto com um professor e outras crianças e tempos de qualidade em família. 

É a este último que este artigo se refere e quer dar enfase. Por tendência e no momento atual, os pais estão muito saturados com o dia-a-dia e as suas obrigações laborais extremamente exigentes pelo que têm bastante dificuldade em ter tempo de qualidade para eles, mais ainda para os pequenos. Sem tempo de qualidade para si mesmo o adulto não está em condições de oferecer tempo de qualidade aos seus descendentes. 

A maioria do tempo de toda a família é passada a dormir, no emprego e na escola, com a família mais alargada ou com amigos. A preocupação principal é de encontrar tempo útil no meio de um dia já cheio de exigências e ocupações. Encontrar tempo de qualidade torna-se um drama. Em verdade não é necessário ter muito tempo, o bom é ter o tempo e rentabiliza-lo em qualidade de maneira a torná-lo memorável, inesquecível e alegre. 

Outra dica útil é começar a imaginar tudo à sua volta perfeito na medida do possível pois nunca será perfeito a 100%. Aceitando esta sugestão todo o seu mundo se torna mais leve porque um quarto desarrumado passa a ter um peso menor, face a uma saída divertida e com tempo de qualidade ou seja em atividade e bom humor. 

Alguns dias conseguimos que sejam perfeitos e inesquecíveis mas outros não.


Isabel Leal

terça-feira, 12 de abril de 2016

CONSULTÓRIO PSICOLOGIA: “Porque quando pedimos ajuda não somos maus pais!”

(texto escrito por Inês Carvalho, Psicóloga Clínica da equipa infanto-juvenil da Mindkiddo, da Oficina de Psicologia)


Começam a perceber que algo estranho anda a acontecer lá em casa. Um dos miúdos está “diferente”, tem tido comportamentos que não conseguem reconhecer (nem conceber!). Está mais distante, mais isolado, mais irritado... Algo se passa mas não sabem o quê.

Depois de os miúdos se deitarem, quando a casa fica mais silenciosa, já têm conversado sobre isso. Têm feito várias tentativas de encontrar uma explicação para estas mudanças, mas cada vez parecem perceber menos.

Começam as pesquisas na internet e aparecem algumas ideias. Por um lado ficam mais aliviados, já têm uma ideia do que possa ser. Mas entretanto é preciso arranjar uma solução, que o problema não se resolve só por termos uma ideia de qual seja. As pesquisas na internet e as conversas com amigos mais próximos parecem indicar que pode ser bom consultar um psicólogo.

Em mais uma noite, depois de os miúdos estarem a dormir, falam sobre isso. “E se procurarmos ajuda de um psicólogo/a?” Pensam... E ficam de pensar.

“Mas, e se procurarmos ajuda de um psicólogo/a? Somos maus pais?”

Tentamos ajudar.

Quando percebem que algo se alterou, é natural que fiquem preocupados e sem saber o que fazer. 

 não é normal ter dúvidas?

Ter dúvidas faz parte do processo de tomada de decisão. E tomamos tantas decisões ao longo da vida.
E, no acompanhamento de crianças e adolescentes, o papel do psicólogo/a pode ser exactamente esse. O de ajudar a dissipar dúvidas, encontrar motivos e soluções.

Não estamos aí em casa, não conhecemos os vossos filhos da mesma forma que os conhecem vocês. Mas temos outra perspectiva, mais retirada e mais observadora do que vai e foi acontecendo.

É no momento em que vos mostramos essa perspectiva que, muitas vezes, se altera a vossa e podemos construir um caminho diferente. Limar algumas arestas, tranquilizar, explorar problemas e soluções.

E não. Pedir ajuda não significa que o vosso papel de pais esteja em causa. Pode, antes, significar que são preocupados, atentos e corajosos.

Corajosos, sim. Porque sabemos que pedir ajuda pode não ser uma tarefa fácil!


Inês Carvalho
Psicóloga Clínica da equipa infanto-juvenil da Mindkiddo – Oficina de Psicologia




segunda-feira, 4 de abril de 2016

CONSULTÓRIO: Mudança de casa – dicas para preparar os filhos

(texto escrito por Raquel Carvalho, psicóloga clínica da Oficina de Psicologia)
Foto: Pinterest
Em algum momento da vida, as famílias necessitam de mudar de casa. Para além de stressante para os adultos, a experiência pode ser desafiante para as crianças, cuja reação pode ser inesperada.

As crianças necessitam de familiaridade e rotinas. Por isso, ao tomar a decisão de mudar de casa, considere as vantagens da mudança face ao conforto que as redondezas, escola e vida social dá à criança e à família. Se está a passar por uma mudança de vida significativa, por exemplo, divórcio, morte de familiar, mudança de escola, tente adiar a mudança de casa, para que a criança tenha tempo de se reajustar adequadamente.

Quando a decisão de mudança não está nas suas mãos (ex.: transferência de trabalho ou questões financeiras) e não esteja muito satisfeito com a ideia, tente manter uma atitude positiva. Sem se aperceber, o seu estado de humor e comportamentos podem afetar as crianças, pelo que tente agir com tranquilidade.

Independentemente do motivo de mudança, prepare o seu filho focando os seguintes pontos:

- partilhe com a criança a decisão de mudança de casa assim que possível;

- ajude-a a compreender a razão pela qual terão de se mudar;

- responda às questões e forma verdadeira e concreta;

- prepare-se para reações positivas quer negativas por parte do seu filho;

- compreenda que a criança pode ficar assustada com a ideia ou que o adolescente se oponha, mesmo que lhe apresente muitas vantagens da mudança;

- Envolva o seu filho no processo de procura de casa, tanto quanto possível, pois assim sentir-se-á mais envolvido, em vez de se sentir forçado.

Depois de a nova casa estar escolhida, leve toda a família para a visitarem e conhecerem as redondezas. Caso, a mudança seja para uma cidade distante, dê toda a informação que puder sobre a casa, a cidade ou país, atividades de interesse mais próximas, novas rotinas, etc, para que o seu filho se possa ir consciencializando.

Tenha em consideração algumas especificações consoante a idade do seu filho. Com crianças menores de 6 anos, convém dar explicações claras e simples e se necessário conte-lhe uma história semelhante. À medida que for arrumar os brinquedos em caixas, explique-lhe que está a guardá-los temporariamente e não deitá-los fora. Com a mudança de casa, algumas famílias aproveitam para comprar novas mobílias, porém lembre-se que usar os móveis do quarto antigo podem proporcionar sensação de conforto e familiaridade na nova casa. Evite fazer outras grandes alterações na rotina da criança durante o período de adaptação à casa nova, como por exemplo, o treino do bacio.

Com crianças em idade escolar, salienta-se que talvez as férias escolares sejam a melhor época para mudanças, pois evita alterações significativas durante o período escolar.

Com adolescentes, a aceitação de mudança de casa poderá ser mais difícil, face à tendência para comportamentos de oposição, bem como face ao receio das consequências que uma mudança poderá ter nas relações sociais e namoros. É particularmente importante permitir que os adolescentes partilhem as suas preocupações e que os pais as ouçam e respeitem. Tente ajudá-lo a procurar soluções para possíveis problemas que surjam, bem como manter contato com velhos amigos ou vizinhos e facilite algumas visitas ou reencontros. Durante as mudanças, dê-lhe a oportunidade de escolher como quer dispor os móveis e objetos pessoais. Nesta etapa de vida, ter um espaço no qual se sente confortável e com autonomia é meio caminho andado para o seu bem-estar na nova casa.

A mudança de residência é um marco na vida de cada um. Pode apresentar muitos desafios importantes para toda a família, a vários níveis, mas é importante que os encarem juntos e unidos e pensem em conjunto em novos reajustamentos que sejam necessários.


Raquel Carvalho, Psicóloga Clínica da Equipa Mindkiddo – Oficina de Psicologia





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