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terça-feira, 7 de junho de 2016

CONSULTÓRIO: Já te disse para ires para a tua cama!

(texto escrito por Raquel Carvalho, Psicóloga Clínica da Equipa Mindkiddo – Oficina de Psicologia)

Um dos momentos do dia capaz de colocar alguns cabelos em pé dos pais é à noite, aquando da ida para a cama e/ou quando as crianças saem da cama a meio da noite. É muito frequente em consulta os pais pedirem dicas para ajudar a combater a resistência dos filhos na hora de dormir.

Nesta altura do dia, o cansaço, aliado à falta de paciência, dificultam a capacidade dos pais em exercerem autoridade, levando a variados erros de disciplina. Os pais levam a criança para a cama e dormem com ela, ou ficam na cama da criança até ela adormecer; desistem de dizer à criança para ir para a cama e vai quando quiser; deixam-na ver televisão ou brincar no tablet até adormecer e depois levam-na ao colo para a cama; a criança só vai para o seu quarto com a promessa de poder ver televisão no quarto até adormecer; vai para a cama a chorar após os pais a chamarem a atenção vezes sem conta e lhe baterem.

Identificou-se com alguma destas situações? Já não sabe o que fazer? 

Sugerimos-lhe de seguida algumas dicas para colocar em prática.

- Estabeleça um horário de deitar adequado à idade da criança e dinâmicas familiares, respeitando as horas de sono recomendadas para cada faixa etária: 3 a 5 anos – de 10 a 13 horas; 6 a 13 anos – de 9 a 11 horas (fonte: National Sleep Foudation).

- Seja consistente na exigência de cumprimento do horário diariamente, deixando as exceções apenas para dias especiais. O horário de ida para a cama não pode estar dependente das vontades da criança ou dos programas de televisão. 

- Só com firmeza e consistência evitará que o “só mais um bocadinho” ou o “só desta vez” se repita várias vezes na mesma semana. As crianças tendem sempre a dificultar a vida aos pais ao fazerem promessas e pedidos encarecidamente. Porém, seja firme, mesmo que isso custe algumas birras inicialmente.

- Opte por atividades mais calmas e menos estimulantes antes da hora de dormir, pois se a criança estiver muito excitada terá mais dificuldades em ir para a cama.

- Avise a criança 15 a 20 minutos antes da hora pré-determinada, que deve começar a realizar as tarefas rotineiras que antecedem a hora de dormir (lavar os dentes, vestir o pijama). E se a criança demorar uma eternidade a fazer estas atividades? Então, poderá recorrer à utilização de um cronómetro que orientará a criança no tempo limite e impedirá que manipule a contagem do mesmo, evitando que sejam os pais a ter que relembrá-la constantemente.

- E se a criança não estiver na cama na hora combinada? A criança deverá ter uma consequência pelo incumprimento, por exemplo, não ter direito a história de dormir nessa noite, uma vez que já não têm tempo para tal; ou não ver televisão na noite seguinte de forma a ir preparar-se mais cedo, etc...

- Quando a criança se esforçar por cumprir o combinado, deve ser elogiada, pois o elogio é um excelente motivador para a criança. À medida que for colaborando, a criança poderá até ser recompensada, por exemplo, com uma atividade que gostasse de fazer com a família no fim de semana.

- Dê o tranquilizador beijinho de boa noite e saia do quarto. A criança deve aprender a ficar sozinha até adormecer.

E quando as crianças saem da cama a meio da noite tentando ir dormir com os pais?

- Deve dizer à criança, de forma calma e firme, que deve ir para a cama dela de imediato. Se necessário, leve-a até ao quarto, evitando explicações ou conversas. Se a criança voltar a sair da cama dela, os pais devem repetir o mesmo procedimento as vezes que forem necessárias. Em último recurso, fechem a porta do quarto.

- Quando a criança chama à noite da cama dela, por nenhum motivo especial, os pais devem dizer-lhe que deve continuar a dormir. Caso a criança insista, então vá ao quarto dela, não acenda as luzes nem lhe toque, apenas a tranquilize verbalmente. Progressivamente, vá demorando mais tempo até se dirigir ao até lá.

Não se deixe vencer pelo cansaço, pois uma solução imediata ou exceção pode deitar por terra todo o esforço até então, com o risco acrescido de a criança não levar as regras dos pais a sério. A paciência acrescida durante uma ou duas semanas será essencial.

Finalmente, mas não menos importante…

Já reparou que às vezes a criança quando acaba de se deitar pede para brincar com ela, que lhe leia a história ou apenas tenta conversar consigo? Estará a querer atenção? É provável! Mas há forma de evitar isso, se a criança tiver oportunidade diariamente de ter a atenção plena dos pais para brincar com ela após a escola ou depois do jantar, e estiverem estipuladas as regras da ida para a cama.

Boa noite!

Raquel Carvalho
Psicóloga Clínica
Equipa Mindkiddo – Oficina de Psicologia




segunda-feira, 16 de maio de 2016

CONSULTÓRIO: Dicas na hora do castigo!

(Mais uma infografia super útil para os pais, da Oficina de Psicologia.)


A sério? Respire fundo. E (felizmente) não é caso único.

E isso leva-o a recorrer ao castigo? Respire fundo. Não é o fim do mundo.

Ninguém gosta de castigar os filhos, mas a verdade é que muitas vezes esta é uma forma de ajudarmos a criança a desistir de alguns comportamentos desadequados. Para além disto, quando bem utilizado e no momento certo, um castigo pode estar a prevenir muitos castigos e discussões futuras. 

Será que conhece algumas destas dicas para a hora do castigo?
Inês Custódio, Psicóloga Clínica

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

CONSULTÓRIO: E se os filhos fossem perfeitos?

Texto escrito por Cecília Santos, Psicóloga Clínica da Oficina de Psicologia)
Foto Pinterest
Um dia a Sara, uma menina de 10 anos, decidiu partilhar um dos seus pensamentos que há algum tempo a magoava: “Porque é que o meu pai e a minha mãe me estão sempre a comparar com os meus amigos, quando eu não faço isso com eles? Como é que eles se sentiriam se eu os comparasse com os pais “fixes” dos meus amigos?”

Pequena Sara,

A maioria das pessoas que planeia ser pai ou mãe, mesmo antes dos seus filhos nascerem, cria um conjunto de representações acerca de como será o seu filho. Neste processo, geram-se expectativas sobre este novo ser que irá nascer… não apenas de como será em bebé, mas também como será em criança, ou até mesmo na idade adulta.

Colocam-se questões como: Será parecido com a mãe ou com o pai? Com algum familiar? Quais serão os brinquedos que ele mais gostará? Gostará de música clássica, jazz, rock? Como serão os amigos dele? Será um bom aluno? Que profissão ele terá?

E cada pai, e cada mãe vai dando a resposta a cada questão anterior, um pouco à sua maneira.

Quando finalmente o bebé nasce, e à medida que ele vai crescendo e se torna cada vez mais autónomo, de bebé a criança, de criança a adolescente, e assim sucessivamente, de um modo quase automático, fazem-se comparações diárias. E se observarmos com atenção, parte dessas avaliações e comparações têm muito a ver com a forma como os pais idealizam o crescimento dos seus filhos, com as expectativas que cada um já trazia dentro de si.

Pequena Sara,

Sei que pode parecer estranho, e inicialmente até pode ser difícil de compreender, mas muitos pais têm esse comportamento com a melhor das intenções e porque as pessoas que os rodeiam também foram contribuindo para que eles se comportassem assim.

Hoje, diz-se que a sociedade é cada vez mais competitiva entre si, e esperam sempre que cada um de nós se esforce para dar o seu melhor (esquecem-se que não somos robots!). Os pais quando fazem comparações como: “os filhos da Graça já arrumam o quarto sozinhos e eu nunca te vi arrumar o teu”, ou ainda, “ “A mãe da Olívia contou-me que ela não tirou nenhuma negativa porque estudou todos os dias.”, julgam estar a motivar os filhos para uma mudança positiva (e em alguns casos, pode funcionar!). Mas com toda esta vontade de querer o melhor para os seus filhos, por vezes esquecem-se de com estas “avaliações e comparações” podem ter um efeito inverso.

Este foco constante na comparação com os outros, também pode trazer muitas vezes preocupações exageradas, porque se esquecem de como todos somos diferentes, de como cada um tem o seu próprio ritmo de crescimento, esquecem-se das necessidades não só de cada criança, como de cada família.

Certamente, em alguns momentos, é quase que inevitável comparar crianças, adolescentes ou até mesmo adultos, e vou explicar porquê.

Existem alguns marcadores desenvolvimentais que nos permitem perceber, de um modo global, se o nosso desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial se encontra dentro daquilo que é considerado saudável em termos de evolução. E, nestes casos, tem que se avaliar e comparar com aquilo que a investigação científica de várias áreas tem demonstrado tratar-se de um desenvolvimento saudável, do ponto de vista físico e mental.

Pequena Sara,

Vamos explicar a todos os pais que é fundamental compreendermos e aceitarmos que não existe uma forma única de ser e que nem todas as aprendizagens que se expressam através de determinados comportamentos, nem todas características pessoais são mensuráveis, e que o desenvolvimento é um processo dinâmico, não é estático, e feito de progressos e retrocessos. Também aqui o comportamento daqueles que nos rodeiam é fundamental para sermos estimulados em diversos domínios do nosso desenvolvimento.

E ainda bem que todos somos diferentes, porque são essas diferenças que nos tornam seres únicos, e é através delas que percebemos que num todo existe espaço para o igual, mas também existe espaço para o diferente.

E se os filhos fossem perfeitos?

Eles seriam apenas representações mentais traiçoeiras, porque a perfeição absoluta não existe. Se procurarmos centrar a atenção na forma única de cada filho(a) ser, com todas as suas particularidades, com tudo aquilo que cada um faz de bom, ou menos bom, com aquilo que cada um pode melhorar ou não melhorar, a preocupação em torno da perfeição seria muito menor, e preocupações e pensamentos como os da pequena Sara que magoam, gradualmente passariam a estar menos presente na vida de cada um.

Cecília Santos
Psicóloga Clínica
Oficina de Psicologia


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

CONSULTÓRIO PSICOLOGIA: Como regular o sono do bebé

Dúvida: Dicas e conselhos para controlar a excitação de um bebé de 11 meses quando o colocamos no berço para dormir... Aprendeu a levantar-se do berço e quer sair dele na hora de dormir... Chama, chora, põe-se de pé... Para mãe de primeira viagem é tudo novo...  Obg!!!


Cara Elisabete,

Nos primeiros meses de vida, a necessidade de acordar durante a noite para amamentar o bebé causa algum impacto nos hábitos de sono. Porém, ao longo do seu crescimento, será mais fácil regular o sono, pois os bebés vão aprendendo a distinguir o dia da noite e, posteriormente, aprendem a estar acordados de dia e a dormir a noite inteira. Neste processo, a ajuda dos pais é imprescindível.

Para auxiliar o seu bebé deve implementar uma rotina à noite a fim de estabelecer um padrão entre os seus próprios hábitos e a hora de ir para o berço. O primeiro passo será estabelecer e cumprir um horário fixo para tal. 

Para que o bebé perceba atempadamente que a hora de deitar se aproxima, os pais devem realizar diariamente determinadas rotinas que o ajudem a relaxar e a preparar-se para adormecer. Por exemplo: dar um banho quentinho, fazer-lhe uma massagem, cantar uma canção de embalar ou colocar um cd de música calmante a tocar, escurecer o quarto... Estas atividades proporcionam momentos relaxantes para o bebé, fazem com que se sinta mais seguro e consiga prever o que acontecerá a seguir, para além de promoverem interações positivas entre os pais e a criança.

Adicionalmente, deixe-lhe um objeto que só fique no berço, por exemplo, um peluche fofo ou uma fralda de pano. Assim, quando o bebé for deitado e observar o seu brinquedo, vai saber que está na hora de adormecer e que tem a sua companhia para o sono, sentindo paz e segurança.

Devem evitar-se atividades que despertem o bebé, por exemplo, brincadeiras com muitos movimentos ou ruídos, brincar com brinquedos estimulantes, ter a televisão ligada, pois contrariamente ao que se pensa, a televisão é um estimulante e não deve ser utilizado para adormecer o bebé.

Se após pôr em prática estas rotinas o seu bebé continuar a chorar quando fica sozinho, não vá de imediato ter com ele. Experimente esperar um pouco. Embora pareça cruel e seja difícil para os pais ouvir o bebé a chorar e não fazerem nada, é importante que lhe deem oportunidades para desenvolver a capacidade de se acalmar e tentar adormecer sozinho, diminuindo assim futuras dificuldades caso acorde durante a madrugada. Por isso, é fulcral não adormecer o bebé ao colo e colocá-lo no berço ainda acordado.

Quando o bebé começar a chorar, vá ter calmamente com ele, sem acender a luz, sem lhe pegar ao colo nem embalar, reconfortando-o apenas. Num tom de voz tranquilo, diga-lhe que está tudo bem, que gosta muito dele, que tem ali o seu amiguinho para dormir e que sabe que ele conseguirá adormecer. Progressivamente nas noites seguintes, aumente o tempo entre o “chorar do bebé” e o ir ter com ele.

Esperemos que estas dicas a ajudem e lembre-se que, com paciência e consistência nas rotinas, o seu filho conseguirá ganhar bons hábitos de sono.

Abraço,

Raquel Carvalho
Psicóloga Clínica

Equipa Mindkiddo – Oficina dePsicologia


Se também tiver dúvidas, medos ou ansiedades relativos aos seus filhos e ao seu papel de mãe/ pai, envie um e-mail para: consultorio.opbb@gmail.com

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