quarta-feira, 7 de junho de 2017

O amor e a culpa

Ontem, o Francisco fez uma coisa que me enterneceu, ao mesmo tempo que me deixou triste.

Voltei a concluir que, realmente, o ritmo de vida que se leva é muito pouco compatível com a maternidade/ paternidade!

Depois de os ir buscar à escola, o tempo que sobra até os deitar é pouco. Não dá para mais que dar-lhes banho, fazer o jantar, dar-lhes o jantar, lavar-lhes os dentes e ler-lhes uma história. E, mesmo assim, entre estas tarefas, ainda há que tentar fazer outras coisas necessárias, como dobrar ou estender roupa, arrumar a louça da máquina, etc, etc.

Estava ontem neste ritmo estúpido, a dobrar roupa, quando o Francisco me pediu colo. Regra geral dou sempre, mesmo que sejam uns minutos até voltar ao que estava a fazer, mas como me faltavam só três peças pedi-lhe para esperar só um bocadinho de nada.

Ele olhou para mim, virou-me as costas, foi ter com o irmão e foi-lhe pedir colo.

Achei um amor, por ele ver o mano como alguém que lhe pode dar colo (e isto diz tanto!), mas ao mesmo tempo fiquei tão triste por o ter levado a procurar outro colo que não o meu!

Escusado será dizer que depois disto larguei tudo para dar colo aos dois. Nada, muito menos roupa por dobrar, vale mais do que a paz que me transmite o ato de dar colo aos meus bebés (até porque um dia vão deixar de o querer!).

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